“Ide e proclamai…”

Adoração Eucarística - Outubro 2016

DIA VOCACIONAL DA FAMÍLIA CARMELITA DE FÁTIMA

I. Leitura bíblica

Da Epístola de S. Paulo aos Efésios (Ef 3, 2-12):

“Certamente já ouvistes falar da graça que Deus me confiou a vosso favor: por uma revelação, foi-me dado a conhecer o mistério de Cristo, como já o apresentei sumariamente. Assim podeis compreender o conhecimento que tenho do mistério de Cristo. Nas gerações passadas, ele não foi dado a conhecer aos filhos dos homens, como agora foi revelado pelo Espírito Santo aos seus santos apóstolos e profetas: os gentios recebem a mesma herança que os judeus, pertencem ao mesmo corpo e participam da mesma promessa, em Cristo Jesus, por meio do Evangelho. Deste Evangelho me tornei ministro, pelo dom da graça que Deus me concedeu pela força do seu poder. A mim, o último de todos os santos, foi concedida a graça de anunciar aos gentios a insondável riqueza de Cristo e de manifestar a todos como se realiza o mistério escondido, desde toda a eternidade, em Deus, criador de todas as coisas. E agora é por meio da Igreja, que se dá a conhecer aos principados e potestades celestes a multiforme sabedoria de Deus, realizada, conforme o seu eterno desígnio, em Jesus Cristo, nosso Senhor. Assim, é pela fé em Cristo que podemos aproximar-nos de Deus com toda a confiança.”

Meditação

De uma Catequese do Papa Bento XVI:

“Há (…) um conceito especial, que é típico das Cartas de S. Paulo, que é o do "mistério". (…) Isto significa o imperscrutável desígnio divino sobre o destino do homem, dos povos e do mundo. Com esta linguagem diz-se que é em Cristo que se encontra o cumprimento deste mistério. Se estamos com Cristo, mesmo se não podemos intelectualmente compreender tudo, sabemos que estamos no núcleo do "mistério" e no caminho da verdade. É Ele na sua totalidade, e não só num aspecto da sua pessoa ou num momento da sua existência, que traz em si a plenitude do insondável plano divino de salvação. N'Ele assume forma aquela a que se chama "a multiforme sabedoria de Deus (Ef 3, 10), porque n'Ele "habita corporalmente toda a plenitude divina" (Cl 2, 9). Portanto, de agora em diante, não é possível pensar e adorar o beneplácito de Deus, a sua soberana disposição, sem nos conformarmos pessoalmente com o próprio Cristo, no qual aquele "mistério" se encarna e pode ser visivelmente sentido. Chega-se assim a contemplar a "insondável riqueza de Cristo" (Ef 3, 8), que supera qualquer compreensão humana. Não que Deus não tenha deixado sinais da sua passagem, porque é o próprio Cristo a pegada de Deus, a sua extrema marca; mas apercebemo-nos de "qual é a largura, o comprimento, a altura e a profundidade" deste mistério "que excede toda a ciência" (Ef 3, 18-19)."

Cântico

O Christe Domine Jesu, O Christe Domine Jesu!

[1º momento de silêncio]

II. Leitura bíblica

Do Evangelho de S. Marcos (Mc 16, 15-19):

“Disse-lhes Jesus: «Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura. Quem acreditar e for baptizado será salvo; mas, quem não acreditar será condenado. Estes sinais acompanharão aqueles que acreditarem: em meu nome expulsarão demónios, falarão línguas novas, apanharão serpentes com as mãos e, se beberem algum veneno mortal, não sofrerão nenhum mal; hão-de impor as mãos aos doentes e eles ficarão curados.» Então, o Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi arrebatado ao Céu e sentou-se à direita de Deus. Eles, partindo, foram pregar por toda a parte; o Senhor cooperava com eles, confirmando a Palavra com os sinais que a acompanhavam.”

Leitura Carmelita

De uma homilia do Papa Francisco:

“Jesus disse aos discípulos de então e repete-o a nós: Ide! Anunciai! (…) Ide ter com todos (..) Jesus não dá uma lista selectiva com aqueles a quem se deve ir e a quem não ir, com aqueles que são dignos, ou não, de receber a sua mensagem e a sua presença. Pelo contrário, abraçou sempre a vida tal qual Lhe aparecia: com cara de tristeza, fome, doença, pecado; com cara de ferimentos, sede, cansaço; com cara de dúvidas e de fazer piedade. Longe de esperar uma vida embelezada, decorada, maquilhada, abraçou-a como a encontrava; mesmo que fosse uma vida que muitas vezes se apresentava arruinada, suja, destroçada. A todos – disse Jesus – a todos, ide e anunciai; a toda esta vida, tal como é e não como gostaríamos que fosse: ide e abraçai em meu nome. Ide pelas encruzilhadas dos caminhos, ide... anunciar, sem medo, sem preconceitos, sem superioridade nem purismos; a todos aqueles que perderam a alegria de viver, ide anunciar o abraço misericordioso do Pai. Ide ter com aqueles que vivem com o peso da tristeza, do fracasso, da sensação duma vida destroçada, e anunciai a loucura dum Pai que procura ungi-los com o óleo da esperança, da salvação. Ide anunciar que os erros, as ilusões enganadoras, as incompreensões não têm a última palavra na vida duma pessoa. Ide com o óleo que cura as feridas e restabelece o coração. A missão nunca nasce dum projecto perfeitamente elaborado ou dum manual bem estruturado e programado; a missão nasce sempre duma vida que se sentiu procurada e curada, encontrada e perdoada. (…) Por isso saiamos, vamos oferecer a todos a vida de Jesus Cristo”.

Cântico

Refrão: Quereria percorrer a terra /E pregar o teu nome, Jesus,/ Ser apóstolo em solo infiel / E plantar gloriosa a tua cruz.

Uma missão só não me bastaria/ Quereria, ao mesmo tempo,/ Anunciar o teu Evangelho/ Até nas ilhas mais longínquas.

Encontrei finalmente o meu lugar,/ Fostes vós, ó meu Deus, que mo destes./ No coração da igreja, minha mãe,/ Eu serei, eu serei o amor/ (só no final) … e assim eu serei tudo.

[2º momento de silêncio]

v. Adorações anteriores

 

  [imagem: "Envio dos discípulos" (1886-1896), James Tissot (1836-1902)]