“Oh Formosura que excedeis a todas as formosuras!”

Adoração Eucarística - abril 2018

DIA VOCACIONAL DA FAMÍLIA CARMELITA DE FÁTIMA

I. Leitura bíblica

Do Livro do Apocalipse:

“Eu, João, vosso irmão e companheiro nas tribulações, na realeza e na perseverança em Jesus, estava na ilha de Patmos, por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus. No dia do Senhor, fui movido pelo Espírito e ouvi atrás de mim uma voz forte, semelhante à da trombeta, que dizia: «Escreve num livro o que vês e envia-o às sete Igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia». Voltei-me para ver de quem era a voz que me falava; ao voltar-me, vi sete candelabros de ouro e, no meio dos candelabros, alguém semelhante a um filho do homem, vestido com uma longa túnica e cingido no peito com um cinto de ouro. A sua cabeça e os seus cabelos eram brancos como a lã branca de neve; os seus olhos eram como chama ardente; os seus pés eram semelhantes ao bronze fino, purificado na fornalha; e a sua voz era como o rumor de águas caudalosas. Tinha na mão direita sete estrelas e saía da sua boca uma espada afiada de dois gumes; o rosto brilhava como o sol em todo o esplendor. Quando O vi, caí a seus pés como morto. Mas Ele poisou a mão direita sobre mim e disse-me: «Não temas. Eu sou o Primeiro e o Último, o que vive. Estive morto, mas eis-Me vivo pelos séculos dos séculos” (Ap 1, 9-18).

Meditação

Do Livro da Vida de Santa Teresa de Jesus:

“Um dia de São Paulo, estando na Missa, se me representou toda esta Humanidade sacratíssima, como se pinta ressuscitado, com tanta formosura e majestade (…). Tem tão grandíssima força esta visão, quando o Senhor quer mostrar à alma grande parte da Sua grandeza e majestade, que tenho por impossível podê-la sofrer qualquer pessoa, se o Senhor, de modo muito sobrenatural, não a quisesse ajudar, pondo-a em arroubamento e êxtase, onde perde de vista, com o gozo, a visão daquela divina presença. (…) Fica tão impressa aquela majestade e formosura, que não há maneira de se poder esquecer. (…) Quase sempre se me representava o Senhor assim ressuscitado e na Hóstia do mesmo modo, a não ser algumas vezes em que, para me esforçar, se estava em tribulação, me mostrava as Chagas; algumas vezes na Cruz e no Horto; com a coroa de espinhos, poucas vezes; levando a cruz também algumas, para – como digo – necessidades minhas e também de outras pessoas, mas sempre a carne glorificada” (V 28, 3.9; 29, 4).

Cântico

Refrão: Os nossos olhos estão postos em Cristo/ Os nossos olhos repousam em Jesus.

[1º momento de silêncio]

II. Leitura bíblica

Do Evangelho de S. João:

“Entretanto, Maria estava a chorar junto do sepulcro. Enquanto chorava, debruçou-se para dentro do sepulcro e viu dois Anjos vestidos de branco, sentados, um à cabeceira e outro aos pés, onde estivera deitado o corpo de Jesus. Os Anjos perguntaram a Maria: «Mulher, porque choras?». Ela respondeu-lhes: «Porque tiraram o meu Senhor e não sei onde O puseram». Dito isto voltou-se para trás e viu Jesus de pé, sem saber que era Ele. Disse-lhe Jesus: «Mulher, porque choras? A quem procuras?». Pensando que era o jardineiro, ela respondeu-Lhe: «Senhor, se foste tu que O levaste, diz-me onde O puseste, para eu O ir buscar». Disse-lhe Jesus: «Maria!». Ela voltou se e respondeu-Lhe em hebraico: «Rabuni!», que quer dizer: «Mestre!». Jesus disse-lhe: «Não Me detenhas, porque ainda não subi para o Pai. Vai ter com os meus irmãos e diz-lhes que vou subir para meu Pai e vosso Pai, para o meu Deus e vosso Deus». Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: «Vi o Senhor». E contou o que Ele lhe tinha dito” (Jo 20,11-18).

Meditação

Do Cântico Espiritual de S. João da Cruz:

«Diz a alma: Vejamo-nos em tua formosura, quer dizer, façamos de modo a que, por meio deste exercício de amor, cheguemos na vida eterna a ver-nos na tua formosura; ou seja, que eu fique de tal maneira transformada na tua formosura, que, sendo a mesma formosura, por eu já ter a tua própria formosura, nos vejamos os dois juntos na tua formosura. E assim, extasiada eu na tua formosura, olhando um para o outro, cada um veja no outro a sua formosura, sendo apenas a de um e outro a tua formosura. Portanto, eu ver-Te-ei na tua formosura, e Tu a mim na tua formosura; eu ver-me-ei em Ti na tua formosura, e Tu ver-Te-ás em mim na tua formosura. Que eu me pareça contigo na tua formosura e que Tu Te pareças comigo na tua formosura. Que a minha formosura seja a tua formosura e a tua formosura a minha formosura; assim, eu serei igual a Ti na tua formosura, e Tu serás igual a mim na tua formosura, porque a tua própria formosura será a minha formosura. É por isso que nos veremos um ao outro na tua formosura.

Esta é a adoção dos filhos de Deus, que dirão verdadeiramente a Deus o que o próprio Filho disse, por S. João, ao eterno Pai: Tudo o que é meu é teu, e tudo o que é teu é meu (Jo 17, 10). Ele, por essência, por ser Filho natural; nós, por participação, por sermos filhos adotivos. Foi assim que Ele o disse, não só por Si, que é a cabeça, mas por todo o seu corpo místico, que é a Igreja. Ela participará da mesma formosura do Esposo no dia do seu triunfo, quando vir a Deus face a face. Por isso, a alma pede aqui para que ela e o Esposo se venham a ver em sua formosura”(C 36,4-5).

Cântico

Oh Formosura que excedeis

A todas as formosuras!

Sem ferir, sofrer fazeis,

E sem sofrer desfazeis

O amor das criaturas.

 

Oh laço que assim juntais

Duas coisas tão desiguais!

Não sei porque vos soltais,

Pois atado força dais

Em tomar por bem os males.

 

Quem não tem ser juntais

Com o Ser que não Se acaba;

Sem acabar, acabais,

Sem ter que amar, amais

Engrandeceis nosso nada.

[2º momento de silêncio]

v. Adorações anteriores

 

  [imagem: Apocalipse]